Lá embaixo está o Açude Itans, com seu formigueiro
a cavar a terra. É mesmo impressionante o esforço
daquele formigar de homens ao sol, lavados em suor, que
não param, em longas filas pacientes acompanhando
centenas de burricos que sobem e descem, numa ciranda
comovente e silenciosa, cada burrico com duas caixas
de terra no lombo. É o labor organizado para a salvação
da terra e do homem. Depois do semideserto que tanto
nos acabrunhou o espírito por falta de chuvas, o esforço
destes milhares de sertanejos, todos vestidos de brim
mescla e calçando alpercatas, no combate consciente
à esterilidade da natureza, com as famílias alojadas em
pequeninas casas de taipa e telha — embrião de futura
cidade — impressionava-nos profundamente.
VALLE, F. M. História do Açude Itans, município de Caicó (RN). Brasília, 1994 (adaptado).
Na construção do empreendimento descrito, destaca-se
a presença de
O povo Kambeba é o povo das águas. Os mais velhos
costumam contar que o povo nasceu de uma gota-d’água
que caiu do céu em uma grande chuva. Nessa gota
estavam duas gotículas: o homem e a mulher. “Por essa
narrativa e cosmologia indígena de que nós somos o povo
das águas é que o rio nos tem fundamental importância”,
diz Márcia Wayna Kambeba, mestre em Geografia e
escritora. Todos os dias, ela ia com o pai observar o rio.
Ia em silêncio e, antes que tomasse para si a palavra, era
interrompida. “Ouça o rio”, o pai dizia. Depois de cerca de
duas horas a ouvir as águas do Solimões, ela mergulhava.
“Confie no rio e aprenda com ele”. “Fui entender mais
tarde, com meus estudos e vivências, que meu pai estava
me apresentando à sabedoria milenar do rio”.
Rios amazônicos influenciam no agro e em reservatórios do Sudeste. Disponível em: www.uol.com.br. Acesso em: 14 out. 2021.
Pelo descrito no texto, o povo Kambeba tem o rio como um(a)
A história do Primeiro de Maio de 1890 — na França e na
Europa, o primeiro de todos os Primeiros de Maio — é, sob
vários aspectos, exemplar. Resultante de um ato político
deliberado, essa manifestação ilustra o lado voluntário da
construção de uma classe — a classe operária — à qual
os socialistas tentam dar uma unidade política e cultural
através daquela pedagogia da festa cujo princípio, eficácia
e limites há muito tempo tinham sido experimentados pela
Revolução Francesa.
PERROT, M. Os excluídos da história: operários, mulheres e prisioneiros. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
Com base no texto, a fixação dessa data comemorativa
tinha por objetivo
Brasileiros levam mais tempo de casa para o trabalho
Pesquisa do IBGE aponta que a situação é mais
grave no Sudeste: 13% das pessoas levam mais de uma
hora para chegar ao trabalho. Nas regiões metropolitanas
de São Paulo e do Rio, o IBGE registrou os maiores
percentuais de trabalhadores que levam mais de uma
hora no trajeto até o emprego. Quem vê o Marcelo chegar
ao trabalho nem imagina a maratona que ele enfrenta
todos os dias antes das 5 h. “Acordo 4 h 30, saio de casa
5 h, pego trem 5 h 20, chego na Central umas 6 h 50,
pego ônibus e chego no trabalho mais ou menos 7 h 10”,
conta. Segundo especialista, são os mais pobres os que
moram mais longe do emprego.