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Exibindo 1434 questões

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INF1880

Português

L.J.C.

       — 5 tiros?
       — É.
       — Brincando de pegador?
       — É. O PM pensou que...
       — Hoje?
       — Cedinho.

COELHO, M. In: FREIRE, M. (Org). Os cem menores contos brasileiros do século.
São Paulo: Ateliê Editorial, 2004.

Os sinais de pontuação são elementos com importantes funções para a progressão temática. Nesse miniconto, as reticências foram utilizadas para indicar

uma fala hesitante.
uma informação implícita.
uma situação incoerente.
a eliminação de uma ideia.
a interrupção de uma ação.

47

INF1879

Português

      A obra de Túlio Piva poderia ser objeto de estudo nos bancos escolares, ao lado de Noel, Ataulfo e Lupicínio. Se o criador optou por permanecer em sua querência — Santiago, e depois Porto Alegre, a obra alçou voos mais altos, com passagens na Rússia, Estados Unidos e Venezuela. Tem que ter mulata, seu samba maior, é coisa de craque. Um retrato feito de ritmo e poesia, uma ode ao gênero que amou desde sempre. E o paradoxo: misto de gaúcho e italiano, nascido na fronteira com a Argentina, falando de samba, morro e mulata, com categoria. E que categoria! Uma batida de violão que fez história. O tango transmudado em samba.

RAMIREZ, H.; PIVA, R. (Org.). Túlio Piva: pra ser samba brasileiro.
Porto Alegre: Programa Petrobras Cultural, 2005 (adaptado).

O texto é um trecho da crítica musical sobre a obra de Túlio Piva. Para enfatizar a qualidade do artista, usou-se como recurso argumentativo o(a)

contraste entre o local de nascimento e a escolha pelo gênero samba.
exemplo de temáticas gaúchas abordadas nas letras de sambas.
alusão a gêneros musicais brasileiros e argentinos.
comparação entre sambistas de diferentes regiões.
aproximação entre a cultura brasileira e a argentina.

48

INF1878

Português

Lições de motim

DONA COTINHA — É claro! Só gosta de solidão quem nasceu pra ser solitário. Só o solitário gosta de solidão. Quem vive só e não gosta da solidão não é um solitário, é só um desacompanhado. (A reflexão escorrega lá pro fundo da alma.) Solidão é vocação, besta de quem pensa que é sina. Por isso, tem de ser valorizada. E não é qualquer um que pode ser solitário, não. Ah, mas não é mesmo! É preciso ter competência pra isso. (De súbito, pedagógica, volta-se para o homem.) É como poesia, sabe, moço? Tem de ser recitada em voz alta, que é pra gente sentir o gosto. (FAZ UMA PAUSA.) Você gosta de poesia? (O HOMEM TORNA A SE DEBATER. A VELHA INTERROMPE O DISCURSO E VOLTA A LHE DAR AS COSTAS, COMO SEMPRE, IMPASSÍVEL. O HOMEM, MAIS UMA VEZ, CANSADO, DESISTE.) Bem, como eu ia dizendo, pra viver bem com a solidão temos de ser proprietários dela e não inquilinos, me entende? Quem é inquilino da solidão não passa de um abandonado. É isso aí.

ZORZETTI, H. Lições de motim. Goiânia: Kelps, 2010 (adaptado).

Nesse trecho, o que caracteriza Lições de motim como texto teatral?

O tom melancólico presente na cena.
As perguntas retóricas da personagem.
A interferência do narrador no desfecho da cena.
O uso de rubricas para construir a ação dramática.
As analogias sobre a solidão feitas pela personagem.

49

INF1877

Literatura

TEXTO I

BACON, F Três estudos para um autorretrato. Óleo sobre tela, 37,5 x 31,8 cm (cada), 1974.
Disponível em: www.metmuseum.org. Acesso em: 30 maio 2016.

TEXTO II

      Tenho um rosto lacerado por rugas secas e profundas, sulcos na pele. Não é um rosto desfeito, como acontece com pessoas de traços delicados, o contorno é o mesmo mas a matéria foi destruída. Tenho um rosto destruído.

DURAS, M. O amante. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

Na imagem e no texto do romance de Marguerite Duras, os dois autorretratos apontam para o modo de representação da subjetividade moderna. Na pintura e na literatura modernas, o rosto humano deforma-se, destrói-se ou fragmenta-se em razão
da adesão à estética do grotesco, herdada do romantismo europeu, que trouxe novas possibilidades de representação.
das catástrofes que assolaram o século XX e da descoberta de uma realidade psíquica pela psicanálise.
da opção em demonstrarem oposição aos limites estéticos da revolução permanente trazida pela arte moderna.
do posicionamento do artista do século XX contra a negação do passado, que se torna prática dominante na sociedade burguesa.
da intenção de garantir uma forma de criar obras de arte independentes da matéria presente em sua história pessoal.

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INF1876

Português

BONS DIAS!
14 de junho de 1889

      Ó doce, ó longa, ó inexprimível melancolia dos jornais velhos! Conhece-se um homem diante de um deles. Pessoa que não sentir alguma coisa ao ler folhas de meio século, bem pode crer que não terá nunca uma das mais profundas sensações da vida, — igual ou quase igual à que dá a vista das ruínas de uma civilização. Não é a saudade piegas, mas a recomposição do extinto, a revivescência do passado.

ASSIS, M. Bons dias! (Crônicas 1888-1889). Campinas: Editora da Unicamp;
São Paulo: Hucitec, 1990.

O jornal impresso é parte integrante do que hoje se compreende por tecnologias de informação e comunicação. Nesse texto, o jornal é reconhecido como

objeto de devoção pessoal.
elemento de afirmação da cultura.
instrumento de reconstrução da memória.
ferramenta de investigação do ser humano.
veículo de produção de fatos da realidade.