O etarismo é uma forma de discriminação referente à idade do indivíduo, na qual se presume que uma pessoa, na grande maioria das vezes mais velha, é menos competente ou não é capaz de realizar determinadas tarefas por conta unicamente de sua idade.
Também conhecido como idadismo ou ageísmo, o preconceito é manifestado em muitos ambientes, mas vemos a prática principalmente em âmbitos familiares, profissionais e de saúde.
Confira neste artigo como a situação acontece no dia a dia e como combatê-la.
“Não tem mais idade para isso.”
“Está muito novo para isso.”
Aposto que você já ouviu essas frases antes em algum momento, certo?
O etarismo, diferente do que muitos pensam, é bastante comum e recorrente. Essa “opinião” que invalida a capacidade de alguém é uma forma de intolerância e discriminação em relação a indivíduos de idade avançada.
O etarismo, como visto acima, consiste em uma prática discriminatória à idade, resultante do estereótipo construído em objeção ao grupo de pessoas idosas.
Além do mais, o etarismo é crime, previsto na legislação brasileira. O Estatuto da Pessoa Idosa (Lei n.º 10.741), sancionado em seis de outubro de 2003, no governo Lula, estabeleceu uma medida para proteger os idosos dos possíveis abusos.
Muito característica na não contratação de trabalhadores mais velhos ou em estereótipos negativos em relação à capacidade de aprendizado e desempenho de pessoas mais velhas, e na não integração em atividades que proporcionam o bem-estar pessoal, a prática vem a cada dia mais sendo combatida pelas políticas públicas sociais e empresariais de inclusão e respeito, pois, além de injusta e inadequada, a atitude é também ilegal em muitos países, por promover grandes sequelas psicológicas às vítimas.
Isso se dá devido à estereotipação de que a idade, muito pouca ou muito avançada, impeça e afete de maneira considerável a vida das pessoas, afastando-as do convívio social, muitas vezes entrando em depressão e deixando a saúde física e mental de lado.
Apesar de praticado através de violência psicológica, física ou verbal, o etarismo é considerado um preconceito silencioso por estar propagado na sociedade e por se manifestar na maioria das vezes de forma sutil.
O dano psicológico é o principal prejuízo causado às vítimas do preconceito, tanto aos jovens, quanto aos idosos — que são os que mais sofrem com a prática.
A pressão social em pessoas idosas ocorre de maneira em que outras pessoas tentam controlar suas condutas e comportamentos, além do descrédito sobre suas ações, incapacitando-as de tomar suas próprias decisões. No mercado de trabalho isso também pode ser observado, já que as oportunidades se tornam escassas para pessoas idosas.
Com jovens, isso também ocorre, mas os principais atos são a invalidez de opinião e o destratamento em determinados ambientes.
É preciso reconhecer a vasta diversidade e a experiência de pessoas idosas, compreender as desigualdades do etarismo e mostrar disposição para encontrar melhores organizações sociais que não desrespeitem e não incapacitem nenhum indivíduo.
Para isto, são válidas campanhas sobre o curso da vida, legislações contra a discriminação etária, garantia de visões equilibradas sobre o envelhecimento e, principalmente, conscientizar os jovens sobre a naturalidade do envelhecimento.
O etarismo é um grande problema não só no Brasil, como em muitos outros países. Através de uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS), foi indicado que um em cada seis idosos já vivenciaram o preconceito alguma vez na vida.
Além disso, o estudo aponta que o etarismo é muito recorrente em famílias, por ser reproduzido justamente pelos próprios filhos das vítimas.
A pesquisa da OMS indica, ainda, que, em 2050, estima-se que a população de idosos esteja próxima a 2 bilhões de pessoas. Com isso, é fundamental impedir que a prática do etarismo seja tão corriqueira e banalizada, como é hoje em dia.
Nas últimas semanas, uma situação gerou bastante polêmica nas mídias sociais. O caso trata de três jovens estudantes do curso de Biomedicina da universidade particular Unisagrado, em Bauru, no interior de São Paulo, que debocharam de uma outra estudante de mais idade.
O vídeo, postado nos “close friends" do Instagram de uma das meninas, acabou se tornado público. O material mostra as três alunas ironizando a aluna mais velha, dizendo que ela deveria se desmatricular do curso, que por já ter certa idade, deveria estar aposentada, e teve uma repercussão extremamente negativa, fazendo com que as três meninas que praticavam a conduta desistissem do curso.
A vítima se chama Patrícia Linares, de 45 anos, chegou a registrar um boletim de ocorrência no último dia 20, alegando ter sofrido injúria e difamação referente à sua idade. O caso segue sendo investigado pela Delegacia de Bauru.
Nem a Rainha do Pop escapou do etarismo. Madonna foi vítima do preconceito, sendo chamada de “velha” e “gagá” ao publicar um vídeo com notícias falsas nas mídias sociais sobre o uso da hidroxicloroquina para o tratamento da COVID-19.
Chamar alguém de velho pejorativamente
Não considerar a opinião de alguém apenas por ser idoso
Considerar que alguém seja incapaz de realizar atividades apenas por sua idade
Demitir ou não contratar alguém por ser “velho demais” para a função
Considerar alguém “muito jovem” para exercer tal função profissional
Falta de oportunidades para idosos
Falta de políticas públicas para o benefício de pessoas idosas
Incapacitar idosos apenas pela idade avançada
Ignorar relatos de saúde de idosos, fazendo análise médica com base na idade do paciente
Julgar idosos por não serem familiarizados com as novas tecnologias
Equipe de Comunicação e Marketing da Infinício