Para uma pessoa da geração Orkut, as atuais redes sociais podem surpreender com tantos novos recursos.
O surgimento e término de redes sociais acompanhou o desenvolvimento da tecnologia; se, em média, há 18 anos, se dependia da conexão discada, hoje, dispomos de conexões 3, 4 ou 5G.
Em geral, o objetivo das redes sociais é o de estreitar laços afetivos e minimizar a distância entre as pessoas.
Porém, há fatores a serem considerados para se obter uma relação de harmonia com as redes sociais.
O primeiro item a ser observado, ao se estar online, é a segurança.
Ao se conectar, quais dados você está compartilhando, tais como localização, histórico de atividades, entre outros?
Falando em histórico de atividades, avalie se já passou por esta situação: você quer comprar um tênis, escolhe uma loja online, pesquisa por marcas, modelos e preços deste objeto e decide continuar a pesquisa depois. Nisso, acessa uma rede social e, como em um passo de mágica, aparecem um ou mais anúncios do mesmo tênis. Não é magia, é tecnologia. Como se vê, alguns sites e algumas redes sociais mantém conexões.
De que modo compartilha as suas postagens, de modo público ou privado? Em ambas as situações, é necessário se observar a questão da segurança, ainda mais se se compartilham informações pessoais com desconhecidos, caso ocorrido no modo público.
E como obter auxílio, frente a uma situação não exitosa na Internet?
Segundo dados obtidos em seu site oficial, a Safernet Brasil (https://new.safernet.org.br/) é uma associação civil de direito privado, com atuação nacional, que tem como foco a promoção dos Direitos Humanos na Internet, no Brasil.
Ela foi fundada em 2005 e em seu site é possível ter acesso a materiais sobre enfrentamento aos crimes cibernéticos, bem como denunciá-los.
Se é necessária cautela durante o acesso online por adultos, quando se trata de crianças e adolescentes, este cuidado precisa ser redobrado.
Tendo como referência o Facebook, YouTube e Instagram, a idade mínima para se criar um perfil é de 13 anos, mas não é raro verificar perfis de pessoas com idades inferiores.
Em alguns sites, é possível "filtrar" o que se mostra ao público infantil, impedindo que conteúdos inadequados sejam exibidos, caso do YouTube Kids e do Spotify Kids, onde vídeos e músicas direcionadas às crianças são disponibilizadas.
Há também ferramentas de busca, como o Kiddle (https://m.kiddle.co/), direcionado aos kids, que promete possibilitar a pesquisa de diversos termos, porém, evitando a exibição de resultados inapropriados a esta faixa etária.
Todo acesso por crianças e adolescentes precisa ser supervisionado por um adulto, diante dos perigos que existem no mundo virtual, como o assédio infantil.
Será que tudo o que lemos é verídico?
Muitas são as informações e notícias divulgadas na Internet. É recomendável apurar a veracidade de tais informações.
São de conhecimento público situações em que notícias inverídicas corroboraram para o surgimento de desentendimentos entre as pessoas.
Você já recebeu um vídeo em tom alarmista ou uma mensagem compartilhada por algum colega ou familiar e ficou em dúvida se era verdadeira ou não, neste período de pandemia? Diante das inúmeras fake news relacionadas à COVID 19, o Ministério da Saúde disponibilizou um número de WhatsApp onde notícias virais sobre este assunto podem ser confirmadas ou desmentidas. Mais informações podem ser obtidas acessando https://antigo.saude.gov.br/fakenews/.
As fake news, ou notícias falsas, em bom português, têm sido amplamente discutidas, servindo de assunto para conversas informais, pauta de noticiários e até tema de dissertação de vestibulares.
Importante ter o acesso a fontes confiáveis para se conferir a veracidade das informações.
Ao se acessar algumas redes sociais, variados sentimentos podem ser despertados: admiração, espanto e até desmotivação. Desmotivação esta por uma pessoa passar a considerar sua vida menor, menos encantadora ou interessante, se comparada aos estilos de vida glamourosos, perfeitos ou prósperos de outras pessoas.
A intenção aqui não é desmerecer o trabalho de pessoas que têm nas redes sociais uma fonte de renda e sobrevivência ou que apreciam compartilhar a sua rotina, mas sim suscitar a reflexão sobre a importância de não praticar tal ação, como a descrita: todo ser humano é único e possui suas particularidades, assim, frustrar-se por não se considerar ou ser considerado com uma aparência ou estilo de vida padrão, por um grupo de pessoas, não corresponde a uma boa atitude.
Devemos lembrar que os padrões de beleza, por exemplo, mudam com o tempo. Se hoje há pessoas que se entristecem por não terem um corpo esbelto, entre os séculos XVI e XVIII, na Europa, um corpo mais robusto era considerado sinônimo de beleza e de riqueza.
Este tema vai ao encontro do que é exibido no filme O dilema das redes (Netflix, 2020, 1h34m), onde ex-funcionários de algumas redes sociais compartilham impressões sobre as mesmas, inclusive, sobre as estratégias das empresas para atrair os usuários. Inclusive, o termo "usuário" é problematizado. São depoimentos interessantes de serem observados.
Em seu início, é mostrada a seguinte frase: "Nothing vast enters the life of mortals without a curse" (Nada grandioso entra na vida dos mortais sem uma maldição), frase do dramaturgo grego Sófocles.
Realmente, o surgimento de uma rede social pode trazer benefícios, mas pode acarretar, também, desvantagens.
Se bem utilizada, pode servir como um ambiente construtivo e que promove entretenimento.
As redes sociais precisam propiciar segurança, para que haja liberdade de se ampliar as relações sociais de crianças, jovens e adultos.
Preservar a privacidade é imprescindível.
Apreciadora de belos textos e belas músicas, nascida no mundo analógico, mas antenada com as novas tecnologias.