A origem da obra de arte (2002) é uma instalação seminal
na obra de Marilá Dardot. Apresentada originalmente em
sua primeira exposição individual, no Museu de Arte da
Pampulha, em Belo Horizonte, a obra constitui um convite
para a interação do espectador, instigado a compor palavras
e sentenças e a distribuí-las pelo campo. Cada letra tem
o feitio de um vaso de cerâmica (ou será o contrário?) e,
à disposição do espectador, encontram-se utensílios de
plantio, terra e sementes. Para abrigar a obra e servir de
ponto de partida para a criação dos textos, foi construído
um pequeno galpão, evocando uma estufa ou um ateliê
de jardinagem. As 1 500 letras-vaso foram produzidas
pela cerâmica que funciona no Instituto Inhotim, em Minas
Gerais, num processo que durou vários meses e contou com
a participação de dezenas de mulheres das comunidades
do entorno. Plantar palavras, semear ideias é o que nos
propõe o trabalho. No contexto de Inhotim, onde natureza
e arte dialogam de maneira privilegiada, esta proposição se
torna, de certa maneira, mais perto da possibilidade.
Disponível em: www.inhotim.org.br. Acesso em: 22 maio 2013 (adaptado).
A função da obra de arte como possibilidade de experimentação e de construção pode ser constatada no trabalho de Marilá Dardot porque