Mas seu olhar verde, inconfundível, impressionante,
iluminava com sua luz misteriosa as sombrias arcadas
superciliares, que pareciam queimadas por ela, dizia logo
a sua origem cruzada e decantada através das misérias
e dos orgulhos de homens de aventura, contadores de
histórias fantásticas, e de mulheres caladas e sofredoras,
que acompanhavam os maridos e amantes através
das matas intermináveis, expostas às febres, às feras,
às cobras do sertão indecifrável, ameaçador e sem fim, que
elas percorriam com a ambição única de um “pouso” onde
pudessem viver, por alguns dias, a vida ilusória de família
e de lar, sempre no encalço dos homens, enfebrados pela
procura do ouro e do diamante.
PENNA, C. Fronteira. Rio de Janeiro: Tecnoprint, s/d.
Ao descrever os olhos de Maria Santa, o narrador
estabelece correlações que refletem a