às vezes sou o policial que me suspeito me peço documentos e mesmo de posse deles me prendo e me dou porrada
às vezes sou o porteiro não me deixando entrar em mim mesmo a não ser pela porta de serviço [..] às vezes faço questão de não me ver e entupido com a visão deles sinto-me a miséria concebida como um eterno começo
fecho-me o cerco sendo o gesto que me nego a pinga que me bebo e me embebedo o dedo que me aponto e denuncio o ponto em que me entrego. às vezes!...
Na literatura de temática negra produzida no Brasil, é recorrente a presença de elementos que traduzem experiências históricas de preconceito e violência. No poema, essa vivência revela que o eu lírico