ENEM - 2018 - INEP

N° de questões: 179

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Português


Disponível em: www.sul21.com.br. Acesso em: 1 dez. 2017 (adaptado).

Nesse texto, busca-se convencer o leitor a mudar seu comportamento por meio da associação de verbos no modo imperativo à

indicação de diversos canais de atendimento.
divulgação do Centro de Defesa da Mulher.
informação sobre a duração da campanha.
apresentação dos diversos apoiadores.
utilização da imagem das três mulheres.

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Português

                                  A Casa de Vidro

     Houve protestos.
     Deram uma bola a cada criança e tempo para brincar. Elas aprenderam malabarismos incríveis e algumas viajavam pelo mundo exibindo sua alegre habilidade. (O problema é que muitos, a maioria, não tinham jeito e eram feios de noite, assustadores. Seria melhor prender essa gente - havia quem dissesse.)
     Houve protestos.
   Aumentaram o preço da carne, liberaram os preços dos cereais e abriram crédito a juros baixos para o agricultor. O dinheiro que sobrasse, bem, digamos, ora o dinheiro que sobrasse!
     Houve protestos.
    Diminuíram os salários (infelizmente aumentou o número de assaltos) porque precisamos combater a inflação e, como se sabe, quando os salários estão acima do índice de produtividade eles se tornam altamente inflacionários, de modo que.
    Houve protestos.
    Proibiram os protestos.
    E no lugar dos protestos nasceu o ódio. Então surgiu a Casa de Vidro, para acabar com aquele ódio.

ÂNGELO, I. A casa de vidro. São Paulo: Círculo do Livro, 1985.

Publicado em 1979, o texto compartilha com outras obras da literatura brasileira escritas no período as marcas do contexto em que foi produzido, como a 

referência à censura e à opressão para alegorizar a falta de liberdade de expressão característica da época.
valorização de situações do cotidiano para atenuar os sentimentos de revolta em relação ao governo instituído.
utilização de metáforas e ironias para expressar um olhar crítico em relação à situação social e política do país.
tendência realista para documentar com verossimilhança o drama da população brasileira durante o Regime Militar. 
sobreposição das manifestações populares pelo discurso oficial para destacar o autoritarismo do momento histórico.

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Português

        Encontrando base em argumentos supostamente científicos, o mito do sexo frágil contribuiu historicamente para controlar as práticas corporais desempenhadas pelas mulheres. Na história do Brasil, exatamente na transição entre os séculos XIX e XX, destacam-se os esforços para impedir a participação da mulher no campo das práticas esportivas. As desconfianças em relação à presença da mulher no esporte estiveram culturalmente associadas ao medo de masculinizar o corpo feminino pelo esforço físico intenso. Em relação ao futebol feminino, o mito do sexo frágil atuou como obstáculo ao consolidar a crença de que o esforço físico seria inapropriado para proteger a feminilidade da mulher “normal”. Tal mito sustentou um forte movimento contrário à aceitação do futebol como prática esportiva feminina. Leis e propagandas buscaram desacreditar o futebol, considerando-o inadequado à delicadeza. Na verdade, as mulheres eram consideradas incapazes de se adequar às múltiplas dificuldades do “esporte-rei”.

TEIXEIRA, F L. S.; CAMINHA, I. O. Preconceito no futebol feminino: uma revisão sistemática.
Movimento, Porto Alegre, n. 1,2013 (adaptado).

No contexto apresentado, a relação entre a prática do futebol e as mulheres é caracterizada por um

argumento biológico para justificar desigualdades históricas e sociais.
discurso midiático que atua historicamente na desconstrução do mito do sexo frágil.
apelo para a preservação do futebol como uma modalidade praticada apenas pelos homens.
olhar feminista que qualifica o futebol como uma atividade masculinizante para as mulheres.
receio de que sua inserção subverta o “esporte-rei” ao demonstrarem suas capacidades de jogo.

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Português

Farejador de Plágio: uma ferramenta contra a cópia ilegal

        No mundo acadêmico ou nos veículos de comunicação, as cópias ilegais podem surgir de diversas maneiras, sendo integrais, parciais ou paráfrases. Para ajudar a combater esse crime, o professor Maximiliano Zambonatto Pezzin, engenheiro de computação, desenvolveu junto com os seus alunos o programa Farejador de Plágio.
     O programa é capaz de detectar: trechos contínuos e fragmentados, frases soltas, partes de textos reorganizadas, frases reescritas, mudanças na ordem dos períodos e erros fonéticos e sintáticos.
       Mas como o programa realmente funciona? Considerando o texto como uma sequência de palavras, a ferramenta analisa e busca trecho por trecho nos sites de busca, assim como um professor desconfiado de um aluno faria. A diferença é que o programa permite que se pesquise em vários buscadores, gerando assim muito mais resultados.

Disponível em: http://reporterunesp.jor.br. Acesso em: 19 mar. 2018.

Segundo o texto, a ferramenta Farejador de Plágio alcança seu objetivo por meio da

seleção de cópias integrais.
busca em sites especializados.
simulação da atividade docente.
comparação de padrões estruturais.
identificação de sequência de fonemas.

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Português

TEXTO I


BRACCO, A; LOSCHI, M. Quando rotas se tornam arte. Retratos: a revista do IBGE.
Rio de Janeiro, n. 3, set. 2017 (adaptado).

TEXTO II

        Stephen Lund, artista canadense, morador em Victoria, capital da Colúmbia Britânica (Canadá), transformou-se em fenômeno mundial produzindo obras de arte virtuais pedalando sua bike. Seguindo rotas traçadas com o auxílio de um dispositivo de GPS, ele calcula ter percorrido mais de 10 mil quilômetros.

Disponível em: www.booooooom.com. Acesso em: 9 dez. 2017 (adaptado).

Os textos destacam a inovação artística proposta por Stephen Lund a partir do(a)

deslocamento das tecnologias de suas funções habituais.
perspectiva de funcionamento do dispositivo de GPS.
ato de guiar sua bicicleta pelas ruas da cidade.
análise dos problemas de mobilidade urbana.
foco na promoção cultural da sua cidade.

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História

        No Segundo Congresso internacional de Ciências Geográficas, em 1875, a que compareceram o presidente da República, o governador de Paris e o presidente da Assembleia, o discurso inaugural do almirante La Roucière-Le Noury expôs a atitude predominante no encontro: “Cavalheiros, a Providência nos ditou a obrigação de conhecer e conquistar a terra. Essa ordem suprema é um dos deveres imperiosos inscritos em nossas inteligências e nossas atividades. A geografia, essa ciência que inspira tão bela devoção e em cujo nome foram sacrificadas tantas vítimas, tornou-se a filosofia da terra”.

SAID, E. Cultura e política. São Paulo: Cia. das Letras, 1995.

No contexto histórico apresentado, a exaltação da ciência geográfica decorre do seu uso para o(a)

preservação cultural dos territórios ocupados.
formação humanitária da sociedade europeia.
catalogação de dados úteis aos propósitos colonialistas.
desenvolvimento de técnicas matemáticas de construção de cartas.
consolidação do conhecimento topográfico como campo acadêmico.

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História

        A existência em Jerusalém de um hospital voltado para o alojamento e o cuidado dos peregrinos, assim como daqueles entre eles que estavam cansados ou doentes, fortaleceu o elo entre a obra de assistência e de caridade e a Terra Santa. Ao fazer, em 1113, do Hospital de Jerusalém um estabelecimento central da ordem, Pascoal II estimulava a filiação dos hospitalários do Ocidente a ele, sobretudo daqueles que estavam ligados à peregrinação na Terra Santa ou em outro lugar. A militarização do Hospital de Jerusalém não diminuiu a vocação caritativa primitiva, mas a fortaleceu.

DEMURGER, A. Os Cavaleiros de Cristo. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 2002 (adaptado).

O acontecimento descrito vincula-se ao fenômeno ocidental do(a)

surgimento do monasticismo guerreiro, ocasionado pelas cruzadas.
descentralização do poder eclesiástico, produzida pelo feudalismo.
alastramento da peste bubônica, provocado pela expansão comercial.
afirmação da fraternidade mendicante, estimulada pela reforma espiritual.
criação das faculdades de medicina, promovida pelo renascimento urbano.

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História

        A tribo não possui um rei, mas um chefe que não é chefe de Estado. O que significa isso? Simplesmente que o chefe não dispõe de nenhuma autoridade, de nenhum poder de coerção, de nenhum meio de dar uma ordem. O chefe não é um comandante, as pessoas da tribo não têm nenhum dever de obediência. O espaço da chefia não é o lugar do poder. Essencialmente encarregado de eliminar conflitos que podem surgir entre indivíduos, famílias e linhagens, o chefe só dispõe, para restabelecer a ordem e a concórdia, do prestígio que lhe reconhece a sociedade. Mas evidentemente prestígio não significa poder, e os meios que o chefe detém para realizar sua tarefa de pacificador limitam-se ao uso exclusivo da palavra.

CLASTRES, P. A sociedade contra o Estado.
Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1982 (adaptado).

O modelo político das sociedades discutidas no texto contrasta com o do Estado liberal burguês porque se baseia em:

Imposição ideológica e normas hierárquicas.
Determinação divina e soberania monárquica.
Intervenção consensual e autonomia comunitária.
Mediação jurídica e regras contratualistas.
Gestão coletiva e obrigações tributárias.

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Filosofia

        O filósofo reconhece-se pela posse inseparável do gosto da evidência e do sentido da ambiguidade. Quando se limita a suportar a ambiguidade, esta se chama equívoco. Sempre aconteceu que, mesmo aqueles que pretenderam construir uma filosofia absolutamente positiva, só conseguiram ser filósofos na medida em que, simultaneamente, se recusaram o direito de se instalar no saber absoluto. O que caracteriza o filósofo é o movimento que leva incessantemente do saber à ignorância, da ignorância ao saber, e um certo repouso neste movimento.

MERLEAU-PONTY, M. Elogio dafilosofia. Lisboa: Guimarães, 1998 (adaptado).

O texto apresenta um entendimento acerca dos elementos constitutivos da atividade do filósofo, que se caracteriza por

reunir os antagonismos das opiniões ao método dialético.
ajustar a clareza do conhecimento ao inatismo das ideias.
associar a certeza do intelecto à imutabilidade da verdade.
conciliar o rigor da investigação à inquietude do questionamento.
compatibilizar as estruturas do pensamento aos princípios fundamentais.

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História

Figura 1


Disponível em: www.thehenryford.org. Acesso em: 3 maio 2018.

Figura 2


Disponível em: www.abc.net.au. Acesso em: 3 maio 2018.

Esse ônibus relaciona-se ao ato praticado, em 1955, por Rosa Parks, apresentada em fotografia ao lado de Martin Luther King. O veículo alcançou o estatuto de obra museológica por simbolizar o(a)

impacto do medo da corrida armamentista.
democratização do acesso à escola pública.
preconceito de gênero no transporte coletivo.
deflagração do movimento por igualdade civil.
eclosão da rebeldia no comportamento juvenil.