Questões

Encontre questões para aprimorar seus estudos.

Filtros:

Exibindo 1074 questões

316

INF1249

Português

               Toca a sirene na fábrica,
               e o apito como um chicote
               bate na manhã nascente
               e bate na tua cama
               no sono da madrugada.
               Ternuras da áspera lona
               pelo corpo adolescente.
               É o trabalho que te chama.
               Às pressas tomas o banho,
               tomas teu café com pão,
               tomas teu lugar no bote
               no cais do Capibaribe.
               Deixas chorando na esteira
               teu filho de mãe solteira.
               Levas ao lado a marmita,
               contendo a mesma ração
               do meio de todo o dia,
               a carne-seca e o feijão.
               De tudo quanto ele pede
               dás só bom-dia ao patrão,
               e recomeças a luta
               na engrenagem da fiação.

MOTA, M. Canto ao meio. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964.

Nesse texto, a mobilização do uso padrão das formas verbais e pronominais

ajuda a localizar o enredo num ambiente estático.
auxilia na caracterização física do personagem principal.
acrescenta informações modificadoras às ações dos personagens.
alterna os tempos da narrativa, fazendo progredir as ideias do texto.
está a serviço do projeto poético, auxiliando na distinção dos referentes.

317

INF1248

Português


Disponível em: www.tecmundo.com.br.
Acesso em: 10 dez. 2018 (adaptado).

O texto tem o formato de uma carta de jogo e apresenta dados a respeito de Marcelo Gleiser, premiado pesquisador brasileiro da atualidade. Essa apresentação subverte um gênero textual ao

vincular áreas distintas do conhecimento.
evidenciar a formação acadêmica do pesquisador.
relacionar o universo lúdico a informações biográficas.
especificar as contribuições mais conhecidas do pesquisador.
destacar o nome do pesquisador e sua imagem no início do texto.

318

INF1247

Português

A ciência do Homem-Aranha

        Muitos dos superpoderes do querido Homem-Aranha de fato se assemelham às habilidades biológicas das aranhas e são objeto de estudo para produção de novos materiais.
        O “sentido-aranha” adquirido por Peter Parker funciona quase como um sexto sentido, uma espécie de habilidade premonitória e, por isso, soa como um mero elemento ficcional. No entanto, as aranhas realmente têm um sentido mais aguçado. Na verdade, elas têm um dos sistemas sensoriais mais impressionantes da natureza.
        Os pelos sensoriais das aranhas, que estão espalhados por todo o corpo, funcionam como uma forma muito boa de perceber o mundo e captar informações do ambiente. Em muitas espécies, esse tato por meio dos pelos tem papel mais importante que a própria visão, uma vez que muitas aranhas conseguem prender e atacar suas presas na completa escuridão. E por que os pelos humanos não são tão eficientes como órgãos sensoriais como os das aranhas? Primeiro, porque um ser humano tem em média 60 fios de pelo em cada cm² do corpo, enquanto algumas espécies de aranha podem chegar a ter 40 mil pelos por cm²; segundo, porque cada pelo das aranhas possui até 3 nervos para fazer a comunicação entre a sensação percebida e o cérebro, enquanto nós, seres humanos, temos apenas 1 nervo por pelo.

Disponível em: http://cienciahoje.org.br.
Acesso em: 11 dez. 2018 (adaptado).

Como estratégia de progressão do texto, o autor simula uma interlocução com o público leitor ao recorrer à

revelação do “sentido-aranha” adquirido pelo super- -herói como um sexto sentido.
caracterização do afeto do público pelo super-herói marcado pela palavra “querido”.
comparação entre os poderes do super-herói e as habilidades biológicas das aranhas.
pergunta retórica na introdução das causas da eficiência do sistema sensorial das aranhas.
comprovação das diferenças entre a constituição física do homem e da aranha por meio de dados numéricos.

319

INF1246

Português

        Ela nasceu lesma, vivia no meio das lesmas, mas não estava satisfeita com sua condição. Não passamos de criaturas desprezadas, queixava-se. Só somos conhecidas por nossa lentidão. O rastro que deixaremos na História será tão desprezível quanto a gosma que marca nossa passagem pelos pavimentos.
        A esta frustração correspondia um sonho: a lesma queria ser como aquele parente distante, o escargot. O simples nome já a deixava fascinada: um termo francês, elegante, sofisticado, um termo que as pessoas pronunciavam com respeito e até com admiração. Mas, lembravam as outras lesmas, os escargots são comidos, enquanto nós pelo menos temos chance de sobreviver. Este argumento não convencia a insatisfeita lesma, ao contrário: preferiria exatamente terminar sua vida desta maneira, numa mesa de toalha adamascada, entre talheres de prata e cálices de cristal. Assim como o mar é o único túmulo digno de um almirante batavo, respondia, a travessa de porcelana é a única lápide digna dos meus sonhos.

SCLIAR, M. Sonho de lesma. In: ABREU, C. F. et al.
A prosa do mundo. São Paulo: Global, 2009.

Incorporando o devaneio da personagem, o narrador compõe uma alegoria que representa o anseio de

rejeitar metas de superação de desafios.
restaurar o estado de felicidade pregressa.
materializar expectativas de natureza utópica.
rivalizar com indivíduos de condição privilegiada.
valorizar as experiências hedonistas do presente.

320

INF1245

Literatura

        1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e da temeridade.
        2. A coragem, a audácia, a rebelião serão elementos essenciais de nossa poesia.
       3. A literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o êxtase, o sono. Nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo de corrida, o salto mortal, o bofetão e o soco.
      4. Nós afirmamos que a magnificência do mundo enriqueceu-se de uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um automóvel de corrida com seu cofre enfeitado com tubos grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo... um automóvel rugidor, que parece correr sobre a metralha, é mais bonito que a Vitória de Samotrácia.
       5. Nós queremos entoar hinos ao homem que segura o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada também numa corrida sobre o circuito da sua órbita.
       6. É preciso que o poeta prodigalize com ardor, fausto e munificiência, para aumentar o entusiástico fervor dos elementos primordiais.

MARINETTI, F. T. Manifesto futurista. In: TELES, G. M. Vanguardas
europeias e Modernismo brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1985.

O documento de Marinetti, de 1909, propõe os referenciais estéticos do Futurismo, que valorizam a

composição estática.
inovação tecnológica.
suspensão do tempo.
retomada do helenismo.
manutenção das tradições.