Do século XVI em diante, pelo menos nas classes mais altas, o garfo passou a ser usado como utensílio para comer, chegando através da Itália primeiramente à França e, em seguida, à Inglaterra e à Alemanha, depois de ter servido, durante algum tempo, apenas para retirar alimentos sólidos da travessa. Henrique III introduziu-o na França, trazendo-o provavelmente de Veneza. Seus cortesãos não foram pouco ridicularizados por essa maneira “afetada” de comer e, no princípio, não eram muito hábeis no uso do utensílio: pelo menos se dizia que metade da comida caía do garfo no caminho do prato à boca. Em data tão recente como o século XVII, o garfo era ainda basicamente artigo de luxo, geralmente feito de prata ou ouro.
ELIAS, N. O processo civilizador: uma história dos costumes. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.
O processo social relatado indica a formação de uma etiqueta que tem como princípio a
A Cavalgada de Sant’Ana é uma expressão da devoção dos vaqueiros à padroeira de Caicó (RN). Nas décadas de 1950 a 1970, esse evento, então denominado Cavalaria, era celebrado pelas pessoas que residiam na zona rural do município de Caicó. Essas pessoas usavam os animais (jegues, mulas e cavalos) como único meio de transporte, sobretudo para se dirigirem à cidade nos dias de feiras, trazendo seus produtos para comercializarem. Estando em Caicó no período da Festa de Sant’Ana, esses agricultores se organizavam em cavalgada até o pátio da Catedral de Sant’Ana para louvar a santa e receber bênção para seus animais. Por volta da década de 1970, com a chegada do automóvel à zona rural do município, essa expressão cultural foi extinta. O meio de transporte utilizando os animais passou a ser substituído por carros, sobretudo caminhonetes e caminhões, que transportavam os camponeses para a cidade em dias de feiras e festas. Desde 2002, um grupo de caicoenses retomou essa expressão cultural e, em conjunto com a associação dos vaqueiros, realiza no primeiro domingo da Festa a Cavalgada de Sant’Ana. O evento, além de contar com a participação dos cavaleiros que residem nas zonas rurais, atrai também pessoas que residem em Caicó, cidades vizinhas e amantes das vaquejadas.
FESTA DE SANT’ANA. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br. Acesso em: 12 out. 2021 (adaptado).
As mudanças culturais mencionadas no texto caracterizam-se pela presença de
Quem se mete pelo caminho do pedido de perdão deve estar pronto a escutar uma palavra de recusa. Entrar na atmosfera do perdão é aceitar medir-se com a possibilidade sempre aberta do imperdoável. Perdão pedido não é perdão a que se tem direito [devido]. É com o preço destas reservas que a grandeza do perdão se manifesta.
RICOEUR, P. O perdão pode curar. Disponível em: www.lusosofia.net. Acesso em: 14 out. 2019.
A reflexão sobre o perdão apresentada no texto encontra fundamento na(s)
A diversão é o prolongamento do trabalho sob o capitalismo tardio. Ela é procurada por quem quer escapar ao processo de trabalho mecanizado para se pôr de novo em condições de enfrentá-lo. Mas, ao mesmo tempo, a mecanização atingiu um tal poderio sobre a pessoa em seu lazer e sobre a sua felicidade, ela determina tão profundamente a fabricação das mercadorias destinadas à diversão que essa pessoa não pode mais perceber outra coisa senão as cópias que reproduzem o próprio processo de trabalho.
ADORNO, T.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.