ENEM - 2019 - INEP

N° de questões: 180

31

INF1236

Português


PICASSO, P. Cabeça de touro. Bronze, 33,5 cm x 43,5 cm x 19 cm.
Musée Picasso, Paris. França, 1945.

JANSON, H. W. Iniciação à história da arte.
São Paulo: Martins Fontes, 1988.

Na obra Cabeça de touro, o material descartado torna-se objeto de arte por meio da

reciclagem da matéria-prima original.
complexidade da combinação de formas abstratas.
perenidade dos elementos que constituem a escultura.
mudança da funcionalidade pela integração dos objetos.
fragmentação da imagem no uso de elementos diversificados.

32

INF1237

Português

Emagrecer sem exercício?

Hormônio aumenta a esperança de perder gordura
sem sair do sofá. 
A solução viria em cápsulas.

        O sonho dos sedentários ganhou novo aliado. Um estudo publicado na revista científica Nature, em janeiro, sugere que é possível modificar a gordura corporal sem fazer exercício. Pesquisadores do Dana-Farber Cancer Institute e da Escola de Medicina de Harvard, nos EUA, isolaram em laboratório a irisina, hormônio naturalmente produzido pelas células musculares durante os exercícios aeróbicos, como caminhada, corrida ou pedalada. A substância foi aplicada em ratos e agiu como se eles tivessem se exercitado, inclusive com efeito protetor contra o diabetes.
        O segredo foi a conversão de gordura branca — aquela que estoca energia inerte e estraga nossa silhueta — em marrom. Mais comum em bebês, e praticamente inexistente em adultos, esse tipo de gordura serve para nos aquecer. E, nesse processo, gasta uma energia tremenda. Como efeito colateral, afinaria nossa silhueta.
       A expectativa é que, se o hormônio funcionar da mesma forma em humanos, surja em breve um novo medicamento para emagrecer. Mas ele estaria longe de substituir por completo os benefícios da atividade física. “Possivelmente existem muitos outros hormônios musculares liberados durante o exercício e ainda não descobertos”, diz o fisiologista Paul Coen, professor assistente da Universidade de Pittsburgh, nos EUA. A irisina não fortalece os músculos, por exemplo. E para ficar com aquele tríceps de fazer inveja só o levantamento de controle remoto não daria conta.

LIMA, F. Galileu. São Paulo, n. 248, mar. 2012.

Para convencer o leitor de que o exercício físico é importante, o autor usa a estratégia de divulgar que

a falta de exercício físico não emagrece e desenvolve doenças.
se trata de uma forma de transformar a gordura branca em marrom e de emagrecer.
a irisina é um hormônio que apenas é produzido com o exercício físico.
o exercício é uma forma de afinar a silhueta por eliminar a gordura branca.
se produzem outros hormônios e há outros benefícios com o exercício.

33

INF1238

Português

        Inverno! inverno! inverno!
        Tristes nevoeiros, frios negrumes da longa treva boreal, descampados de gelo cujo limite escapa-nos sempre, desesperadamente, para lá do horizonte, perpétua solidão inóspita, onde apenas se ouve a voz do vento que passa uivando como uma legião de lobos, através da cidade de catedrais e túmulos de cristal na planície, fantasmas que a miragem povoam e animam, tudo isto: decepções, obscuridade, solidão, desespero e a hora invisível que passa como o vento, tudo isto é o frio inverno da vida.
        Há no espírito o luto profundo daquele céu de bruma dos lugares onde a natureza dorme por meses, à espera do sol avaro que não vem.

POMPEIA, R. Canções sem metro. Campinas: Unicamp, 2013.

Reconhecido pela linguagem impressionista, Raul Pompeia desenvolveu-a na prosa poética, em que se observa a

imprecisão no sentido dos vocábulos.
dramaticidade como elemento expressivo.
subjetividade em oposição à verossimilhança.
valorização da imagem com efeito persuasivo.
plasticidade verbal vinculada à cadência melódica.

34

INF1239

Português

        Antes de Roma ser fundada, as colinas de Alba eram ocupadas por tribos latinas, que dividiam o ano de acordo com seus deuses. Os romanos adaptaram essa estrutura. No princípio dessa civilização o ano tinha dez meses e começava por Martius (atual março). Os outros dois teriam sido acrescentados por Numa Pompílio, o segundo rei de Roma.
       Até Júlio César reformar o calendário local, os meses eram lunares, mas as festas em homenagem aos deuses permaneciam designadas pelas estações. O descompasso de dez dias por ano fazia com que, em todos os triênios, um décimo terceiro mês, o Intercalaris, tivesse que ser enxertado. Com a ajuda de matemáticos do Egito emprestados por Cleópatra, Júlio César acabou com a bagunça ao estabelecer o seguinte calendário solar: Januarius, Februarius, Martius, Aprilis, Maius, Junius, Quinctilis, Sextilis, September, October, November e December. Quase igual ao nosso, com as diferenças de que Quinctilis e Sextilis deram origem aos meses de julho e agosto.

Disponível em: https://aventurasnahistoria.uol.com.br.
Acesso em: 8 dez. 2018.

Considerando as informações no texto e aspectos históricos da formação da língua, a atual escrita dos meses do ano em português

reflete a origem latina de nossa língua.
decorre de uma língua falada no Egito antigo.
tem como base um calendário criado por Cleópatra.
segue a reformulação da norma da língua proposta por Júlio César.
resulta da padronização do calendário antes da fundação de Roma.

35

INF1240

Português

        No Brasil, a disseminação de uma expectativa de corpo com base na estética da magreza é bastante grande e apresenta uma enorme repercussão, especialmente, se considerada do ponto de vista da realização pessoal. Em pesquisa feita na cidade de São Paulo, aparecem os percentuais de 90% entre as mulheres pesquisadas que se dizem preocupadas com seu peso corporal, sendo que 95% se sentem insatisfeitas com “seu próprio corpo”.

SILVA, A. M. Corpo, ciência e mercado: reflexões acerca da gestação
de um novo arquétipo da felicidade. Campinas: Autores Associados;
Florianópolis: UFSC, 2001.

A preocupação excessiva com o “peso” corporal pode provocar o desenvolvimento de distúrbios associados diretamente à imagem do corpo, tais como

anorexia e bulimia.
ortorexia e vigorexia.
ansiedade e depressão.
sobrepeso e fobia social.
sedentarismo e obesidade.

36

INF1241

Português

TEXTO I


Fotografia de Jackson Pollock pintando em seu ateliê,
realizada por Hans Namuth em 1951.

CHIPP, H. Teorias da arte moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1988.

TEXTO II


MUNIZ, V. Action Photo (segundo Hans Namuth em Pictures
in Chocolate). Impressão fotográfica, 152,4 cm x 121,92 cm,
The Museum of Modern Art, Nova Iorque, 1977.

NEVES, A. História da arte 4. Vitória: Ufes – Nead, 2011.

Utilizando chocolate derretido como matéria-prima, essa obra de Vick Muniz reproduz a célebre fotografia do processo de criação de Jackson Pollock. A originalidade dessa releitura reside na

apropriação parodística das técnicas e materiais utilizados.
reflexão acerca dos sistemas de circulação da arte.
simplificação dos traços da composição pictórica.
contraposição de linguagens artísticas distintas.
crítica ao advento do abstracionismo.

37

INF1242

Português

        Na semana passada, os alunos do colégio do meu filho se mobilizaram, através do Twitter, para não comprarem na cantina da escola naquele dia, pois acharam o preço do pão de queijo abusivo. São adolescentes. Quase senhores das novas tecnologias, transitam nas redes sociais, varrem o mundo através dos teclados dos celulares, iPads e se organizam para fazer um movimento pacífico de não comprar lanches por um dia. Foi parar na TV e em muitas páginas da internet.

GOMES, A. A revolução silenciosa e o impacto na sociedade das
redes sociais. Disponível em: www.hsm.com.br.
Acesso em: 31 jul. 2012.

O texto aborda a temática das tecnologias da informação e comunicação, especificamente o uso de redes sociais. Muito se debate acerca dos benefícios e malefícios do uso desses recursos e, nesse sentido, o texto

aborda a discriminação que as redes sociais sofrem de outros meios de comunicação.
mostra que as reivindicações feitas nas redes sociais não têm impacto fora da internet.
expõe a possibilidade de as redes sociais favorecerem comportamentos e manifestações violentos dos adolescentes que nelas se relacionam.
trata as redes sociais como modo de agregar e empoderar grupos de pessoas, que se unem em prol de causas próprias ou de mudanças sociais.
evidencia que as redes sociais são usadas inadequadamente pelos adolescentes, que, imaturos, não utilizam a ferramenta como forma de mudança social.

38

INF1243

Português

        “O computador, dando prioridade à busca pela própria felicidade, parou de trabalhar para os humanos”. É assim que termina o conto O dia em que um computador escreveu um conto, escrito por uma inteligência artificial com a ajuda de cientistas humanos.
        Os cientistas selecionaram palavras e frases que seriam usadas na narrativa, e definiram um roteiro geral da história, que serviria como guia para a inteligência artificial. A partir daí, o computador criou o texto combinando as frases e seguindo as diretrizes que os cientistas impuseram. Os juízes não sabem quais textos são escritos por humanos e quais são feitos por computadores, o que mostra que o conto estava bem escrito. O dia só não passou para as próximas etapas porque, de acordo com os juízes, os personagens não foram muito bem descritos, embora o texto estivesse estruturalmente impecável.
        A ideia dos cientistas é continuar desenvolvendo a criatividade da IA para que ela se pareça cada vez mais com a humana. Simular esse tipo de resposta é difícil, porque o computador precisa ter, primeiro, um banco de dados vasto vinculado a uma programação específica para cada tipo de projeto — escrita, pintura, música, desenho e por aí vai.

D’ANGELO, H. Disponível em: https://super.abril.com.br. Acesso em: 5 dez. 2018.

O êxito e as limitações da tecnologia utilizada na composição do conto evidenciam a

indistinção entre personagens produzidos por máquinas e seres humanos.
necessidade de reformulação da base de dados elaborada por cientistas.
autonomia de programas computacionais no desenvolvimento ficcional.
diferença entre a estrutura e a criatividade da linguagem humana.
qualidade artística de textos produzidos por computadores.

39

INF1244

Português

               Essa lua enlutada, esse desassossego
               A convulsão de dentro, ilharga
               Dentro da solidão, corpo morrendo
               Tudo isso te devo. E eram tão vastas
               As coisas planejadas, navios,
               Muralhas de marfim, palavras largas
               Consentimento sempre. E seria dezembro.
               Um cavalo de jade sob as águas
               Dupla transparência, fio suspenso
               Todas essas coisas na ponta dos teus dedos
               E tudo se desfez no pórtico do tempo
               Em lívido silêncio. Umas manhãs de vidro
               Vento, a alma esvaziada, um sol que não vejo
               Também isso te devo.

HILST, H. Júbilo, memória, noviciado da paixão.
São Paulo: Cia. das Letras, 2018.

No poema, o eu lírico faz um inventário de estados passados espelhados no presente. Nesse processo, aflora o

cuidado em apagar da memória os restos do amor.
amadurecimento revestido de ironia e desapego.
mosaico de alegrias formado seletivamente.
desejo reprimido convertido em delírio.
arrependimento dos erros cometidos.

40

INF1245

Literatura

        1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e da temeridade.
        2. A coragem, a audácia, a rebelião serão elementos essenciais de nossa poesia.
       3. A literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o êxtase, o sono. Nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo de corrida, o salto mortal, o bofetão e o soco.
      4. Nós afirmamos que a magnificência do mundo enriqueceu-se de uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um automóvel de corrida com seu cofre enfeitado com tubos grossos, semelhantes a serpentes de hálito explosivo... um automóvel rugidor, que parece correr sobre a metralha, é mais bonito que a Vitória de Samotrácia.
       5. Nós queremos entoar hinos ao homem que segura o volante, cuja haste ideal atravessa a Terra, lançada também numa corrida sobre o circuito da sua órbita.
       6. É preciso que o poeta prodigalize com ardor, fausto e munificiência, para aumentar o entusiástico fervor dos elementos primordiais.

MARINETTI, F. T. Manifesto futurista. In: TELES, G. M. Vanguardas
europeias e Modernismo brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1985.

O documento de Marinetti, de 1909, propõe os referenciais estéticos do Futurismo, que valorizam a

composição estática.
inovação tecnológica.
suspensão do tempo.
retomada do helenismo.
manutenção das tradições.